quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Bolachas Republicanas

Esta foto mostra a montra de um estabelecimento da nossa cidade de Angra, fazendo referência a praticamente quase tudo o que é tradicional no Carnaval terceirense, na mesa e na folia e diversão.
São filhós fritas e do forno, coscorões, máscaras, apitos música e danças e bailinhos com ou sem pandeiro mas sempre com o seu mestre ou puxador, de chapéu emplumado e espada na mão, como o que vemos no bolo ao centro da montra, que faz alusão a tudo isto que aqui fica dito.
Contudo, para mim, há uma referência que aqui não se faz que são as bolachas republicanas:
Reporto estas bolachas ao Carnaval porque, em minha casa, se faziam para se levar para o salão onde íamos ver danças e nos entretermos, nos intervalos, a saboreá-las.
São tão boas, saborosa  e simples que foram baptizadas com o nome do  golpe de estado que, organizado pelo Partido Republicano, em 5 de Outubro de 1910 destituíu a monarquia e implantou o regime republicano.
Já lá vão 1002 anos, mas as receitas que foram criadas para lembrar tal feito, ainda perduram na memória dos portugueses. Ele é o bolo republicano que apareceu no 1º Natal logo após a implantação da República, nas casas de Guimarães, em substituição do tradicional bolo rei, o pudim repúblicano, as bolachas republicanas, enfim, um nunca mais acabar de delícias.
Vamos então à receitinha das bolachas republicanas, para que não se perca na memória dos portugueses:


1kg. de farinha de trigo,
3 ovos,
250grs. de açúcar,
Raspa de um limão,
1 colher das de sopa bem cheia de manteiga,
1 colher das de sopa bem cheia de banha de porco,
1 colher das de sopa bem cheia de amoníaco,
1 chávena de leite quente, mais um pouco
1 ovo para pincelar + açúcar para decorar
1 pitada de sal


À  farinha juntam-se os ovos, o açúcar, o sal e a raspa do limão, mistura-se bem e vai-se juntando o amoníaco desfeito numa chávena de leite quente ( cuidado porque ferve), junta-se a manteiga e a banha e vai-se amassando, se necessário junta-se mais um pouco  de leite quente para ajudar a  amassar, eu gosto de pôr no recipiente onde desfiz o a moníaco, para aproveitar bem.
Quando a massa está com a consistência necessária para rolar cortam-se pedaços que se estendem com a consistência fina e corta-se com a forma apropriada, colocam-se em tabuleiros pincelados de manteiga e enfarinhados e pincelam-se com ovo batido , pondo no centro uma pitada de açúcar. Vão ao forno e guardam-se em recipientes herméticos para posteriormente acompanhar um chá ou um lanche.


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